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Tradução de João Coles.

 

128 páginas.

 

«"Tenho a vida de um gato", dizia Pasolini. E então ria, oferecendo-se ao risco de viver com uma espécie de alegria que talvez fosse a sua única alegria. Temia a protecção dos objectos, temia a protecção da ideologia, até mesmo a protecção dos pensamento  sábios, do bom senso. De quando em vez, rompia o invólucro para sentir na cara a solidão e o risco das coisas que ele estimava profundamente. Tudo, dito ou não dito, parecia nele exprimir a ideia fixa: não há nada a fazer, não há como escapar. Então para quê se proteger, para quê se adaptar aos adarves das coisas meio feitas, meio ditas, meio aceites? Brincava com o privilégio (do cinema, do sucesso) como o ilusionista Houdini, com correntes cada vez mais robustas, baús mais profundos e risco cada vez mais "inevitáveis". Neste jogo horrendo tornava-se profeta. Um estranho profeta, ágil, de atalaia, precisamente porque se desarmara e afastara de todas as formas de protecção e de alianças.»

Pier Paolo Pasolini, Entrevistas Corsárias

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